quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Traduzir-se


É que há um poeta maranhense,
ainda vivo, nascido em 1930,
em São Luís, e que merece uma homenagem
aqui neste espaço das letras.

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É que esse poema debulhadamente escolhido
decifra-me.
Simplesmente
traduz-me.

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De Ferreira Gullar, Traduzir-se
Na belíssima voz de Adriana Calcanhotto


Diário reflexivo do formador

Foi solicitado aos colegas, na quarta-feira, que avaliassem o curso até aquele momento. E eis algumas falas:


"No primeiro dia, houve a apresentação do Programa no auditório, pela manhã, a qual, por ser realizada num local pequeno, muita gente não pôde assistir, perdendo, assim, muitas informações. Logo após, dirigimo-nos para uma sala e então começamos os estudos.
Minhas expectativas eram que, no primeiro momento, o Guia Geral seria bastante explorado, esclarecendo todas as nossas dúvidas e anseios.
Quanto ao fato de não sabermos qual será a bolsa e que os coordenadores nem bolsa irão receber, [o que] não é justo, pois é um direito que todo trabalhador tem, o de ser remunerado.
Todos que assumimos tal função estamos dispostos a desenvolvê-la satisfatoriamente, portanto queremos ser tratados dignamente.
É triste um treinamento de tamanha significação não ter material (pasta, dicionário, caderno, lápis, caneta, borracha) nem lanche para os envolvidos.
Além de todos esses impasses, a estrutura da escola, ou melhor, da sala, não estava adequada e quando a formadora Caroline reivindicou uma sala melhor, o Diretor [da escola] ainda resolveu nos expulsar, causando um grande constrangimento.
Quanto à formadora, trata-se de uma pessoa competente, simpática, bonita, humana, sábia e, principalmente, determinada.
No item material tecnológico, houve um rendimento considerável, pois foram utilizados recursos apropriados.
Houve bastante proveito nesses três dias de estudo, pois a metodologia da formadora é sutil e faz com que a gente aprenda "brincando".
O que estou sentindo, além de muita saudade de casa, é otimismo quanto à implementação do Programa, apesar de todas as dificuldades a serem enfrentadas.

Carinhosamente,
Horjana.
19/02/2009"

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"É doloroso estudar, porém os frutos que obtemos do estudo são maravilhosos.
O melhor desses frutos é o contato com o novo, com o desconhecido. O estudo nos faz conhecer melhor até aquilo que julgamos já conhecer.
A escrita, por exemplo, quantas vezes já ouvimos sobre ela, quantas vezes falamos a respeito desse assunto com nossos alunos. E não é que, de repente, ela se apresenta como se fosse a primeira vez. Sempre soube que ela era importante, que estava presente em todos os lugares, que nos ensina, nos diverte e que é capaz de manifestar ao mundo meus anseios, minhas idéias, meu íntimo. Porém, eu não havia pensado na escrito como instrumento de poder e de dominação.
Não tinha reparado que muitos dos que dominam a escrita também a usam para manipular os outros. Também descobri, e fico feliz por isso, que através dela, quando queremos e acreditamos, podemos transformar vidas e até uma sociedade.

Simei Alves
Barra do Corda"

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"São Luís, 18 de fevereiro de 2009.

"Um escritor pode fazer reboliço com as palavras". Com essa frase quero comentar a aula de hoje, que considero bastante proveitosa considerando que todos estão tendo a oportunidade de compartilhar suas experiências.
Hoje os assuntos abordados foram pertinentes ao entendimento, bem como orientações sobre a produção do memorial, discussões de textos e placas. Houve interação e até diversão.
O filme [Narradores de Javé] abriu um leque maior para discussão sobre letramento, tipo de texto, identidade da pessoa ou lugar e a importância da leitura e da escrita. Os comentários foram enriquecedores que, com certeza, poderão ser aplicados com nossos professores cursistas.
Sugestão: gostaria que manuseássemos mais o material para que, caso haja dúvida, pudéssemos tirá-las logo. Até o momento, está claro e compreensivo.

Profa. Claudecy P. Vieira"

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Foi mantida a escrita original com revisão apenas da pontuação e da concordância. O que esté entre colchetes é comentário ou acréscimo meu.

Receita para um mundo melhor

Ingredientes:

1 tonelada de paz
1/2 tonelada de amor ao próximo
1/4 de tonelada de união
1/2 tonelada de respeito
1 tonelada de oportunidades iguais
Solidariedade e educação de qualidade a gosto

Modo de fazer:

Distribua a paz em todos os corações, acrescentando aos poucos o amor ao próximo e a união. Quando o coração estiver totalmente recheado com estes sentimentos, semeie aos poucos o respeito, e por último acrescente oportunidades iguais e solidariedade. Leve ao forno do tempo e da paciência na forma da educação de qualidade. Sirva quente. Rende porções transformadoras para o mundo todo.


By Ivonilde e Mônica

Resultado de uma das atividades do curso de formação. A atividade consistia em retextualizar o gênero receita.

Algumas imagens dos bastidores




O primeiro dia de trabalho.
Chegada ao Liceu Maranhense.


Porta do colégio mais antigo e tradicional de São Luís:
o Liceu maranhense.


Abertura oficial do Gestar II no MA pela representante do CForm/UnB/MEC:
professora Paola Aragão.


Professores da área de linguagem lotando o auditório do Liceu na abertura do Gestar II.



Colegas formadoras do CForm/UnB:
Andréia, Carol, Elenita, Valquíria e Vângela.

Tipicamente maranhense

Foto: internet


O tambor de crioula é uma dança afro-brasileira, dançada só por mulheres, ao som de três tambores de tronco, em formação circular, com sapateios e requebros lascivos de uma das dançarinas ao centro, terminando com a punga, batida no abdômen de outra mulher da roda. Essa batida é uma forma de convite para que outra dançarina assuma a evolução no centro da roda. Repetem-se os cantos em refrões. Além de diversão, o tambor de crioula é uma pagação de promessa a São Benedito, o padroeiro da ilha de São Luís. Essa manifestação cultural é típica do MA e mistura o catolicismo e as tradições religiosas dos descendentes dos africanos aqui aportados um dia.