terça-feira, 29 de junho de 2010

Copa de Babel

Copa de Babel
Choque de linguagem desafia mundial marcado por seleções globalizadas, com muitos técnicos estrangeiros
Sérgio Rizzo

(Publicada originalmente aqui)



Especulações em torno de tabus caros ao futebol mundial vão ocupar milhões de torcedores na Copa do Mundo, a partir de 11 de junho, em Johanesburgo, com África do Sul x México. Uma seleção africana, beneficiada pelo "fator campo", irá pela primeira vez às semifinais da competição? A Espanha, uma favorita, superará o estigma de fracassar na hora agá e disputará o título? O clube dos campeões mundiais, restrito a sete seleções, terá novo integrante?

Ao menos uma das escritas a serem derrubadas tem reverberação linguística: uma seleção triunfará sob o comando de um treinador estrangeiro? Em 18 Copas, ninguém conseguiu a façanha. As campeãs tiveram como treinadores cidadãos do próprio país - ou, o que nos interessa aqui, profissionais cujo idioma nativo era o mesmo dos jogadores.
 
Neste ano, 12 seleções (37,5% dos 32 participantes) vão recorrer a "gringos". Bem verdade que, para cinco delas, o caso é mais suave: embora estrangeiros, seus técnicos vêm de países onde se fala o mesmo idioma dos jogadores.
 
As demais sete, no entanto, preveem o uso - mais ou menos intenso, de acordo com a situação - de tradutores para que haja comunicação entre o treinador e atletas, ou acreditam que o primeiro será capaz de comunicar-se com fluência no idioma dos segundos. Aposta arriscada, recebida com reservas na Inglaterra e nos quatro países africanos que recorreram a ela.
 
No Brasil, na Argentina, na Itália e na Alemanha, seria inconcebível, e não só em virtude de aspectos nacionalistas. Há uma razão na esfera linguística para que se pense dessa forma, e o caso brasileiro ajuda a ilustrá-la.
 
O futebol envolve um jargão particular, dominado por profissionais do esporte, jornalistas e torcedores. Em tese, esses grupos se entendem quando recorrem a vocábulos bem específicos para falar de assuntos tão distintos quanto esquemas táticos, estratégias mercadológicas ou meros lances de partida. Alguém que não saiba distinguir um sem-pulo de um bate-pronto, por exemplo, perdeu aula-chave na informal escola da bola, ministrada lá na infância, e será recriminado sem perdão.
 
Mas, a julgar pelo que dizem personagens do noticiário esportivo, o jargão do futebol embute uma espécie de dialeto: a "língua do boleiro", dominada por uma das tribos que integram o ecossistema desse esporte, a dos jogadores. Em geral, ela é invocada para explicar por que certas dificuldades de comunicação entre atletas e integrantes da comissão técnica - treinadores, em especial - comprometem o desempenho de uma equipe.
 
Jargão

Teria faltado, nessas ocasiões em que se produz o chamado "ruído", o uso de estratégias linguísticas (termo, aliás, que seria traduzido para "jeito de falar" em língua de boleiro) mais adequadas ao universo dos jogadores, a maioria deles vinda de um universo social marcado por formação escolar restrita. Os próprios atletas, para que possam se profissionalizar, tendem a deixar a educação formal em segundo plano, quando não a abandonam.
 
Por outro lado, se um novo "professor" (sinônimo de "técnico") faz render da noite para o dia um elenco até então errante, imagina-se que foi porque falou a "língua do boleiro". Não por acaso, jovens ex-jogadores, que se tornaram treinadores há pouco, são os mais associados na imprensa ao domínio desse "dialeto", que seria exclusivo dos vestiários. Como estavam ali até ontem, ainda não teriam esquecido a linguagem dos antigos colegas.
 
Aos poucos, no entanto, considera-se que até esses técnicos com experiência nos gramados estariam sujeitos a perder a fluência na "língua de boleiro". Na nova função, que costumam abraçar depois de fazer cursos e estágios, desenvolveriam outro modo de expressar-se, mais erudito e condizente com suas novas relações sociais, que incluem contatos diários com a direção dos clubes, com os jornalistas e, eventualmente, com interessados em contratá-los para palestras sobre formação e condução de equipes.
 
Expressões de técnicos

Sempre que o tema for a comunicação entre jogadores e treinadores, o folclore do futebol brasileiro lembrará o caso de Claudio Coutinho, que comandou o Brasil na Copa de 1978. Capitão do Exército, ele já havia integrado a comissão técnica da seleção nas Copas de 1970, como preparador físico, e de 1974, como coordenador técnico. Ao substituir Oswaldo Brandão nas eliminatórias da Copa de 1978, tinha pouca experiência como treinador, mas convicção a respeito da necessidade de modernizar o futebol brasileiro, projeto que passava pelo vocabulário.
 
Algumas de suas expressões mais célebres, como overlapping (avanço do lateral ao ataque) e "ponto futuro" (posicionamento a ser buscado pelo jogador depois de passar a bola), foram ridicularizadas à época como a antítese da "língua de boleiro". No primeiro caso, a implicância era contra o uso de um termo estrangeiro; no segundo, contra um conceito que, posto daquela forma, seria de difícil compreensão para os jogadores.
 
Trinta anos depois, o jargão do futebol não incorporou, e talvez jamais incorpore, o termo "ponto futuro". Já estrangeirismos como overlapping se tornaram comuns, como "assistência" (do inglês assist) no lugar de "passe para gol". Não há propriamente novidade: como os ingleses criaram o esporte, por décadas o vocabulário do futebol esteve repleto de expressões em inglês, como corner ("escanteio"), ou aportuguesadas, como "beque" (de back, zagueiro).
 
A resistência a Coutinho demonstra a importância do uso do português no cotidiano do futebol. O drama linguístico dos estrangeiros no comando de seleções pode ser compreendido pela experiência de brasileiros como Joel Santana, atual Botafogo (RJ). No período em que foi técnico da África do Sul, sobretudo na Copa das Confederações de 2009, seu inglês foi ridicularizado no Brasil, assim como o "portunhol" de Vanderlei Luxemburgo quando treinou o Real Madrid e o "portinglês" de Luiz Felipe Scolari no Chelsea, da Inglaterra.
 
Tem-se, assim, uma pequena ideia do que será a vida do italiano Fabio Capello (para quem "futebol" é calcio) à frente da Inglaterra ou do sueco Sven-Goran Eriksson (para quem "gol" é mal) no comando da Costa do Marfim. Para vencer a Copa, eles terão um desafio adicional ao de Dunga no Brasil e ao de Maradona na Argentina - ex-jogadores, ambos campeões mundiais - que poderão na Copa falar "língua de boleiro" em seu próprio idioma.
 
 
Os gringos que falam grego...
Seleções treinadas por estrangeiros que têm outro idioma nativo
País Idioma oficial Idioma nativo do treinador
Africa do Sul Africâner(1) Português (Carlos Alberto Parreira)
Austrália Inglês Holandês (Pim Verbeek, holandês)
Costa do Marfim Frânces (2) Sueco (Sven-Goran Eriksson, sueco)
Gana Inglês Servo-croata(Milovan Rajevac, sérvio)
Grécia Grego Alemão (Otto Rehhagel, alemão)
Inglaterra Inglês Italiano (Fabio Capello, italiano)
Nigéria Inglês Sueco (Lars Lagerback, sueco)
 
 
... e os gringos com sotaque
Seleções treinadas por estrangeiros que falam ao menos um dos idiomas oficiais do país
País Idioma oficial Idioma nativo do treinador
Camarões Francês e inglês Francês (Paul Le Guen, francês)
Chile Espanhol Espanhol (Marcelo Bielsa, argentino)
Honduras Espanhol Espanhol (Reinaldo Rueda, colombiano)
Paraguai Espanhol Espanhol (Gerardo Martino, argentino)
Suiça Alemão, Francês e italiano Alemão (Ottmar Hitzfeld, alemão)
 

 
Torcida global
Palavras para nomear o adepto de um time mostram diferenças entre as línguas
O léxico de uma dada língua chama a atenção para a mesma coisa de maneira bem diferente da de outros idiomas.

Em inglês, por exemplo, "torcedor" é supporter, o que dá sustentação ao time, assim como o italiano sostenere.

No idioma espanhol, hincha é a figura que se entrega de corpo e alma à equipe, aquele que "se infla" por ela.

Já na língua portuguesa, "torcedor" remete ao gesto de esmagar apaixonadamente a própria bandeira ou camisa em sinal de afeto pelo time.

No português europeu, por sua vez, "adepto" é aquele sujeito que se ajoelha em respeito quase religioso por uma equipe.
 
Diversidade idiomática
O variado vocabulário do futebol brasileiro
Há tanto tempo e com tal intensidade o brasileiro cultua o futebol que se acostumou a um léxico diversificado de palavras para nomear os mesmos fenômenos, objetos e jogadas, que costumam ganhar lacônicos batismos em outros idiomas.
Bola Pelota, gorduchinha, redonda, criança, perseguida, vagabunda, margarida, maricota, nega, caroço, pipoca
Drible Ginga, finta, pincel, gotejada, pingada, escoada
Bicicleta Puxeta, voleio, meia-bicicleta, puxada
Barras do gol Traves, travessão, goleira (Rio Grande do Sul)
Goleiro Arqueiro, guarda-metas, guardião, golquíper, quíper

domingo, 20 de junho de 2010

Saudades

Escrevo para lembrá-los de continuarem praticando o que aprendemos no Gestar. 
Lembrem-se de que

"Sozinho, não serei capaz de governar o barco".
(O conto da ilha desconhecida, José Saramago)




quinta-feira, 22 de abril de 2010

I Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística em São Luís

UFMA promove o I Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística
O evento é uma parceria com as federais do Ceará (UFC) e Pará (UFPA)

Acontece no período de 17 a 21 de outubro o I Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística. O evento, que faz parte das comemorações dos 44 anos da UFMA, está sendo organizado pela equipe do Atlas Linguístico do Maranhão (ALiMA).

Para a realização deste evento, a UFMA está em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade Federal do Pará (UFPA).


O Congresso tem como principal objetivo gerar discussões e promover o intercâmbio de experiências entre os pesquisadores, professores e estudantes da área da linguagem, especificamente nas áreas da Dialetologia e Sociolinguística, o que pode gerar uma melhoria na educação continuada dos professores do ensino superior, médio e fundamental. O encontro visa ainda ao resgate do percurso dos estudos dialetológicos, com a elaboração dos atlas estaduais e do Brasil.


Haverá também uma homenagem à professora Maria do Socorro Silva de Aragão, autora do terceiro atlas elaborado no Brasil e que atualmente contribui para a formação de novos pesquisadores, sendo a diretora científica do Atlas Linguístico do Brasil.


A Comissão Organizadora é composta por professores pesquisadores das três instituições parceiras, e a sede administrativa desta edição está instalada no ALiMA.


Mais informações sobre programação, prazos e inscrições podem ser obtidas nos telefones (98) 33018322 e (98) 33018343, no e-mail projetoalima@gmail.com ou
aqui.

Lugar: UFMA/ASCOM
Fonte: Luna Gandra/Ascom/UFMA

segunda-feira, 15 de março de 2010

Moinhos de vento



Voltando no tempo sobre a minha vida de leitora, definitivamente não foi na escola que descobri essa paixão. As letras já fazem parte da minha vida há muito tempo, desde quando eu ia ver meu pai trabalhar. Não, ele não é professor, nem tão pouco escritor. É ferreiro, profissão milenar que fabrica peças de metal, principalmente ferros com letras para marcar gado, manualmente em um processo maravilhoso de desenho das letras no barro para fazer os moldes. Era ali que eu me encantava quando saía da escola e ia correndo para lá. Nunca vi letras tão lindas brotadas da mão de um homem que só estudou até a 4ª série.
A outra parte da família é toda ligada à área de linguagem e por isso tive contato muito cedo com livros. Minha mãe é uma devoradora de livros e o que nunca faltou na casa em que eu cresci foi uma estante cheinha deles que era abastecida a cada mês com a visita de Pedro. Ah! Como ele me fazia feliz. Como naquela época não existiam muitas livrarias, até hoje em minha cidade não tem (é meu sonho de consumo ter uma), o Pedro vinha de Minas vender livros pelas escolas aqui de Potiraguá e como minha mãe trabalhava em uma delas, quando ele chegava mandava me chamar e eu amava aquilo tudo: caixas de livros, coleções, livros infantis...
Meu primeiro "O Pequeno Príncipe" era mineiro. Viajou de Belo Horizonte até aqui só para me ver. Livro de criança que nada, até hoje é a minha releitura preferida.
Sempre gostei de coleções, ficava maravilhada com todos aqueles livros com capas iguais. Uma vez, em meados de 88, implorei minha mãe que me desse a coleção de Eça de Queiroz (confesso que não consegui ler todos até hoje), só porque eram todos encadernados de verde e branco, muito lindos, os tenho até hoje na minha estante que por sinal é a mesma que foi de minha mãe.
E assim se passaram muitas coleções na minha vida, de Sheldon aos imortais da literatura com os clássicos que também são minha paixão: Germinal, Os Três Mosqueteiros, As Viagens de Gulliver, Dom Casmurro, O Morro dos Ventos Uivantes e tantos outros.
Mas leio também literatura barata, não tenho vergonha de dizer. Nós temos que ler o que gostamos, o que nos dá prazer. Já tive fases de "Sabrina", de paixão por Paulo Coelho, enquanto não lia todos não sossegava, sempre gostei mais de literatura americana do que brasileira, não consigo ler Jorge Amado e acho que ninguém deve exigir que gostemos de algum autor ou livro só por causa das convenções.
Livro é como uma relação que você tem com outra pessoa. Você pode ser amigo, gostar um pouco, gostar muito, detestar, não suportar, amar, apaixonar-se perdidamente e até fazer loucura por ele. Dom Quixote por exemplo é o meu amante incondicional, paixão que nunca vai passar, daquelas avassaladoras.
Quando o livro "A menina que roubava livros" foi lançado tive lembranças que me fizeram dar risada, porque eu sempre falava que a única coisa que eu era capaz de roubar era livros. E já o fiz uma vez, mas essa é outra história. A minha relação com os livros é assim, totalmente possessiva, adoro tê-los perto de mim, não gosto de emprestá-los, pois tenho medo que encontrem um lugar melhor e não voltem e odeio devolvê-los quando empresto de alguém.
Parece meio louco não é? É pessoal, quixotismo pega.
aqui.

domingo, 7 de março de 2010

Depoimento de cursistas de Jenipapo dos Vieiras - MA

Texto publicado originalmente no dia 3 de março de 2010 aqui.



EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NO GESTAR II

A primeira edição de Gestar em Jenipapo dos Vieiras - MA teve início em junho de 2009 da qual tive a honra de participar, visto que estava atuando nas séries finais do ensino fundamental com Língua Portuguesa.

Acredito que trabalhar produção escrita e oral e interpretação de texto não seja uma dificuldade apenas da minha turma, principalmente se tratando de EJA. E o Gestar veio com um material desmistificador da prática de língua materna, composto por 19 livros um não menos importante que o outro a ponto de nos confundir na hora de descrever com precisão os conteúdos abordados nos TPS e AAAS. Lembro-me do primeiro TP estudado, o de n° 3 que abordava com muita propriedade os termos textuais, onde tivemos oportunidade de trabalhar em sala de aula, não só com o material do Gestar mais com todo o acervo disponível na escola desde a coleção Literatura em Minha Casa até um ofício que era enviado para a escola que, antes do GESTAR II, sua inclusão nas aulas não existia.
Ao longo do curso desde os estudos dos Gêneros Textuais até a Argumentação (TP de encerramento) embora não o tenhamos trabalhado em sala de aula, por estarmos em período de férias, adquirimos uma boa bagagem para futuras práticas.
Teremos a elaboração e aplicação do projeto que, como se tratava de leitura e de escrita todo seu desenvolvimento foi baseado no material do Gestar que também tem o mesmo foco, ou seja, produção escrita e oral. As dificuldades surgiram, mas tivemos a oportunidade de discuti-las nos encontros periódicos, onde ouvimos os depoimentos dos colegas, estratégias e sugestões de práticas pedagógicas, algumas frustradas, outras com excelente aceitação alcançando ou até separando as nossas expectativas.
Falar do Gestar II, sobretudo do que aprendemos, é muito gratificante além de ser muito prazeroso já que tivemos uma formadora que não deixou nada a desejar: organizada, boa dicção, apaixonada pelo que faz, com um entusiasmo contagiante e com um arsenal de conhecimento capaz de convencer qualquer cursista. Além disso dispõem de uma sensibilidade para avaliar e criar estratégias fora do comum e digo isso sem demagogia nenhuma pois creio que toda turma faz o mesmo juízo da Profª formadora Ana Célia.


A meu ver o Gestar foi excelente a ponto de sugerir que esses encontros fossem semanais, não abrindo mão da formadora é claro.
Deusamar da Silva Ribeiro
Pov. Três Lagoas – U. I . Antônio Venceslau da Silva

Ao iniciar o curso de Formação Continuada em Língua Portuguesa, GESTAR II, estava muito insegura com o que iria encontrar, uma vez que não sou licenciada nesta área de ensino. Graça a Deus, minha insegurança foi sanada, as expectativas positivas foram realizadas da melhor forma possível. O aprendizado foi maravilhoso.




Este curso contribuiu para o meu aperfeiçoamento e autonomia na sala de aula. No primeiro momento aprendemos sobre Tipologia e Gêneros textuais e como trabalhar com os mais variados gêneros. Todos os módulos foram e são ferramentas de aperfeiçoamento capazes de nos proporcionar uma reflexão de como desenvolver nosso trabalho no cotidiano escolar, procurando garanti a qualidade do processo de ensino-aprendizagem.
Enquanto docente e cursista do GESTAR II procuro desenvolver estratégias de formação e interação, sempre apontando caminhos no sentido de os educandos busquem construir sua autonomia.
Quanto a formadora do curso, Profª Ana Célia, só posso dizer que ela é nota MIL. Por quê? Sabe passar os conhecimentos de forma criativa ao mesmo tempo em que é simples e acessível. Educador não é o que só ensina fórmulas e regras, mas o que ensina para vida inteira. Continue sempre assim essa pessoa alegre, amiga e simpática... Desde já estou com saudades...



Maria de Jesus







O Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II foi uma oportunidade que veio para melhorar o meu desempenho em sala de aula e me aperfeiçoar ainda mais. Através deste curso venho a cada dia melhorando o meu trabalho e percebo que o objetivo desta formação é a importância que a leitura e o processo de escrita têm para a formação dos educandos na escola.



Nos primeiros módulos senti um pouco de dificuldade e fui melhorando aos poucos, agora posso falar que tenho melhorado bastante, através dos textos e exercícios que são discutidos nos encontros e trabalhados com os alunos em sala de aula.
Espero que possa repassar todo o conhecimento adquirido através do GESTAT II com eficiência. Agradeço muito a Deus por essa oportunidade, ao município pela iniciativa e a minha orientadora, Profª Ana Célia por nos repassar todos os módulos com bastante clareza e segurança.
Antonia Ivanilde da Silva Sousa



Esse curso me proporcionou um grande aprendizado. Quando recebi o material pedagógico percebi que era maravilhoso e, de fato, me ajudou muito na sala de aula. Com esse material aprimorei meus conhecimentos e aprendi muitas coisas importantes como, por exemplo, trabalhar com vários gêneros textuais. Durante as aplicações das atividades dos AAAs os alunos se mostraram muito atentos e entusiasmados.


Nos encontros com a Professora Formadora, Ana Célia, tirávamos todas as dúvidas sobre o material utilizado. Com ela aprendi a ver as coisas de outra maneira. Hoje sei que sou mais eficiente no meu trabalho em sala de aula e uma pessoa muito mais interessada por leitura.

Francisca da Conceição Santana



Todo material do Gestar é excelente, principalmente, os AAAs.
É um material riquíssimo, durante a aplicação alguns alunos tiveram algumas dificuldades, mas nada que fizesse com que eles desistissem, as dificuldades ocorreram por ser um programa novo e tudo que é novo assusta.
O Gestar II contribui bastante para o meu desenvolvimento em sala de aula, pois me deu mais segurança e autonomia. Passei a propor atividades que possibilitam o desenvolvimento de suas habilidades.
Quanto à professora formadora, Ana Célia, é maravilhosa fiquei encantada, ela é uma profissional competente, atualizada, independente, criativa, habilidosa, paciente, uma professora excelente e o melhor está sempre com a autoestima lá em cima.

Gardênia da Silva Miranda


Unidade Integrada Eurico José Pereira.
Lagoa do coco

Relatório do 14o encontro em Açailândia

Texto originalmente publicado aqui.
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Assunto: TP2 ANÁLISE LINGUÍSTICA E ANÁLISE LITERÁRIA
Rede Estadual: Unidade Regional de Educação de Açailândia/MA - UREA
Turma: única Município: Açailândia – MA Encontro: 10/fevereiro/2010 - 8 horas de estudos
Formadora: Elaine Beatriz Rocha Queiroz Gomes

LEITURAS COMPARTILHADAS


Compartilhamos os textos: “Desejos” – poema de Carlos Drummond de Andrade em slides PowerPoint ilustrado e o vídeo “Amor prá recomeçar” - música de Frejat do Barão Vermelho. Os professores comentaram os textos falando sobre o diálogo existente entre os dois textos e as imagens vinculadas aos mesmos.

ESTUDO DO TP2




Realizamos uma “Roda de Leitura e Discussão” coletiva envolvendo a resolução das atividades propostas referente toda a unidade 5, o que possibilitou a ampliação sobre as três formas de conceber a gramática e como utilizá-las adequadamente em sala de aula.
Vimos a gramática, num primeiro sentido, como conjunto dos recursos lingüísticos que o falante aciona, mesmo inconscientemente, ao fazer uso da língua. Essa gramática, chamada implícita,internalizada ou interna, vai sendo adquirida pelo falante no contato com outros falantes de seu ambiente e terá, portanto, as marcas dialetais desses(s) grupo(s).
Através da atividade 4, página 19 do TP2, foi possível observarmos a escrita do texto produzido pelo carroceiro Joel, as diversas vozes da propaganda apresentada, as marcas ortográficas do locutor e as diferentes linguagens utilizadas como exemplo de estudo da denominação gramática descritiva. Esta procura descrever regras da língua e buscar razões para esses usos, sem a preocupação de rotular os empregos em “certos” e “errados”.
Lemos o fragmento do texto que apresenta o diálogo entre Pluft e Maribel, que possibilitou os educadores a pensarem sobre o ensino produtivo, na leitura expressiva ou dramatizada do texto, ou a criação de outro diálogo em que as pessoas se apresentam numa situação constrangedora e como ensino descritivo/reflexivo, a exploração das características da linguagem oral: repetições, uso de interjeições e a própria sequencia do diálogo.
Realizamos as atividades 7 e 8 que envolvem os textos “A tinta de escrever”de Millôr Fernandes e “Osarta” de Lygia Bojunga que viabilizaram excelentes comentários a respeito dos objetivos do ensino de Língua Portuguesa e de como levar o aluno a desenvolver competências para o uso da língua nas mais diferenciadas situações sociais, na modalidade escrita e da norma culta, não desconsiderando que ler e escrever são conteúdos procedimentais.
Fechamos esta unidade enfatizando o “Resumindo” da página 32 que afirma:
Nesta unidade, procuramos enfatizar o lugar, no projeto de ensino-aprendizagem da língua, de três concepções de gramática: a interna, a descritiva e a normativa. Procuramos mostrar que não se pode usar uma língua sem usar a sua gramática. Nesse sentido, é importante frisar que a gramática interna, ou implícita, ou internalizada, é o conjunto de regras que qualquer falante da língua domina, mesmo que não perceba esse uso e mesmo que jamais tenha estudado. É fundamental o professor perceber que essa gramática se amplia sempre, e que desenvolvê-la é desenvolver a própria competência lingüística do aluno. Quanto mais ele for exposto a textos diferentes e convidado a produzir textos diferentes, mais sua gramática implícita estará sendo ampliada. A gramática descritiva é o conjunto de regras que o observador da língua procura compreender e explicar. Exige um trabalho de reflexão mais sistemático sobre os fatos da língua. No caso da escola, ela deve possibilitar essa reflexão do aluno, desde que voltada para os recursos lingüísticos de sua gramática interna, de uso. É importante salientar que a gramática descritiva não está pronta. Sua preocupação com o estudo da língua em todos os dialetos, modalidades e registros é relativamente recente. A gramática normativa, também descritiva e teórica como a anterior, tem o interesse secular voltado para as regras da norma culta, privilegiando ainda a modalidade escrita e a linguagem literária, o que restringe suas reais possibilidades de instaurar-se, como sempre fez, como centro dos estudos lingüísticos na escola. Hoje, seu papel deve ser reduzido no ensino escolar: tem lugar quando o objetivo é o desenvolvimento da capacidade do aluno para usar a língua em situações de formalidade, que exigem a língua padrão.

ATIVIDADES EM GRUPOS

A turma foi dividida em três grupos. Cada grupo ficou responsável para apresentar o conteúdo das três seções de uma unidade (unidades 6, 7 e 8), contemplando os temas, objetivos, selecionando atividades que fortaleçam o entendimento do assunto abordado, uma oficina do AAA do professor vinculada a unidade, escolhendo a metodologia que o grupo considerar adequada.
O trabalho foi extremamente produtivo, todos participaram efetivamente, atingindo os objetivos estabelecidos.

GRUPO 1

O grupo 1 trabalhou com a conceituação e identificação da “frase”, estabelecendo diferenças entre frase, oração e período e a organização dos mesmos em um texto. Utilizaram o texto “Parceria”, as atividades 1, 2, 4, 5, 6, 11. Efetivaram a oficina do AAA2 – Aula 6 “Escrevendo a partir da observação de imagem”, página 69 a 71. Esta oficina, na prática, alcançou os objetivos esperados: Produzir texto a partir de imagem; Perceber possibilidades de organização dos períodos no texto produzido; Alterar sequencia de ideias em texto produzido em classe.
Dhayane, Roseny, Aline e Edileuza.

GRUPO 2

Os componentes do grupo 2, abordaram a unidade 7, mostrando que a arte é uma forma de conhecimento que está muito relacionada com o nosso cotidiano, embora nem sempre nos demos conta disso. As manifestações artísticas têm cada vez mais interseções, criando formas híbridas de arte. O grupo destacou também as principais características da arte: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma e que por meio da fantasia e do jogo, a arte é um convite à (re)interpretação do mundo. Ao procurar expressar-se, o artista convida o próprio leitor a desvendar o mundo.

Dernete, Celidônia, Clean, Rúbia e Hezequias


O grupo levou os colegas a discutirem o papel e as características da linguagem da arte, a arte literária, a arte da palavra, a linguagem figurada e outros aspectos através das atividades 1, 2, 3, 5, 7, 8 realizadas de forma oral e coletivamente.

“Recriação de quadro de Portinari”, foi a oficina preparada pelo grupo, cujos objetivos são: Conhecer versão de obras de pintores famosos e Recriar obra de pintor famoso. O grupo falou sobre os artistas (Almeida Júnior, Leonardo da Vinci, Cândido Portinari e Maurício de Sousa) exemplificaram e exploraram/leram a obra de cada um. Os colegas observaram a criação de Maurício de Sousa, uma nova versão (paródia da imagem) de Almeida Júnior “Picando fumo” e de Leonardo da Vinci “Mona Lisa” com os personagens Chico Bento e Mônica respectivamente. Ainda recriaram o “Mestiço”, obra do pintor brasileiro Cândido Portinari.

GRUPO 3

Os professores deste grupo trabalharam a Unidade 8 – Linguagem Figurada, Seção 1, 2 e 3 , “A expressividade da linguagem cotidiana”, “Figuras e linguagem literária” e “Elementos sonoros e sintáticos da expressividade” direcionando as ações para seus respectivos objetivos: identificar figuras na linguagem cotidiana, identificar as várias possibilidades de linguagem figurada no texto literário e identificar figuras do nível sonoro e sintático no texto.
Utilizaram o PowerPoint a fim de vincular os slides com os assuntos/conteúdos da unidade 8 do TP2. Através da “dinâmica da caixa” distribuíram vários textos para os colegas, que liam e identificavam a figura de linguagem (comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole, antítese, ironia, aliteração e onomatopéia) evidente em cada um, o que gerou muita discussão e aprendizagem envolvendo todos os cursistas. Fizeram a atividade 6 e 7 da página 117 a 119, fazendo a leitura em forma de jogral e propondo os questionamentos para a turma que participou com entusiasmo.

Eulália, Ribamar, Assis, Socorro e Josenilda – Apresentação da Unidade 8



Apresentação do “Jogral”


CONCLUSÃO

Encerramos os estudos de todos os TPs do Gestar II Língua Portuguesa, com a convicção de um trabalho realizado com muita qualidade, considerando a excelência do material, a competência da minha formadora Caroline Rodrigues, o interesse e participação efetiva de cada colega professor cursista que foi vitorioso chegando ao final deste curso diante de tantas outras atividades em suas vidas. Não deixando de mencionar a parceria Estado-URE/Município-SME local, para o bom funcionamento das nossas ações.

Formadora: Elaine Beatriz Rocha Queiroz Gomes

Um pouco de poesia não faz mal a ninguém

Texto publicado originalmente aqui.


Um pouco de poesia não faz mal


JOSÉ ANTONIO SOUSA SILVEIRA



SOU DAS LETRAS...
MAS TAMBÉM SOU DOS NÚMEROS, DAS FORMAS, DA ESSÊNCIA;
QUE CONTAM, RECONTAM, EXPRIME SENTIMENTOS:
AMOR, PAIXÃO, EXCITAÇÃO
CIÚME, INVEJA, TRAIÇÃO

SOU DAS LETRAS...
QUE ESCREVEM CERTO POR LINHAS TORTAS;
MAS QUE TAMBÉM ESCREVEM TORTO COM LETRAS CERTAS:
CERTO-ERRADO;
CERTO OU ERRADO.
NÃO IMPORTA: O GÊNERO, O TIPO, A FORMA, O TAMANHO, O DESENHO...
MAS IMPORTA
O DIZER COM SENTIDO,
O FALAR PARA OUVIR,
O PENSAR;
O OUTRO LADO DO DISCURSO

SOU DAS LETRAS...
QUE TESTAM O TEXTO E CONTESTAM O CONTEXTO;
MAS QUE TAMBÉM CRIAM, RECRIAM E DÃO FORMA AO SUJEITO:
O (IN) INTELIGÍVEL
O (IN) INTERPRETÁVEL
O (IN) COMPREENSÍVEL
TUDO CABE NO TEXTO, POR ISSO
SOU DAS LETRAS!

Trabalhos de cursistas

Esses são textos produzidos por professores cursistas do professor formador José Antônio Sousa Silveira, de São Luís - MA. Publicados em 9 de outubro de 2009 aqui.

A INTERRELAÇÃO ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS

TEXTO 01: RECEITA

“ Para uma melhor qualidade de vida do professor”

INGREDIENTES

1000g de saúde
1000g de salário
Condições de trabalho
Dívida/empréstimos consignados
Lazer/atividade física
Violência
Analfabetismo
Corrupção
600g de atualização e qualificação profissional

MODO DE PREPARO

Pegue 100% das dívidas, 100% da violência, 100% do analfabetismo, 100% dos empréstimos,
100% da corrupção e 100% das más condições de trabalho nas escolas. Triture tudo isso no liquidificador. Unte uma forma, coloque essa massa, leve ao fogo alto e esqueça-a no forno ligado.
Em seguida, 10% de seu tempo dedique a uma atividade física, 10% ao lazer, 20% à qualificação profissional para conseguir um salário digno; 30% ao trabalho e 30% à família. Bata tudo no liquidificador, coloque em uma forma recheada com alunos disciplinados, comprometidos, auto-estima elevada e vontade de aprender. Leve ao forno e deixe por 40 minutos. Sirva-se e terá como resultado 100% de saúde.

AUTORES:
• CECÍLIA BARBOSA DOS REIS
• LUZIA DO CARMO M. SAMPAIO
• MARIA DE FÁTIMA VALE PORTO DE SOUSA

TEXTO 02: RECEITA

“ Para uma melhor qualidade de vida do professor”

INGREDIENTES

1 Kg de entusiasmo
500g de consciência para uma vida saudável
1 pitada de bom humor
40 minutos de esporte
500g de alimentação saudável (frutas, verduras, legumes, peixe e frango)
1 dia de lazer
1 salário justo

MODO DE PREPARO

Misture um quilo de entusiasmo e humor, com meio quilo de consciência. Acrescente uma alimentação saudável e, aos poucos, o esporte. Com seu salário justo, usufrua horas de lazer e assim, terá saúde e melhor qualidade de vida

AUTORES:
• LURDILENE ARAGÃO PEREIRA
• GRAÇA MARIA MORAIS SANTOS
• NAIARA ALVES BAIMA
• IONETE FERREIRA CANTANHEDE

TEXTO 03: RECEITA

“ Para uma melhor qualidade de vida do professor”

INGREDIENTES

3 xícaras de alegria
1 pitada de otimismo
2 tabletes de fermento da vida
500g de margarina da PAZ
1 vida com saúde e felicidade
1 colher de cooperação
2 colheres de sopa de educação
1 trabalho bem remunerado
Finais de semana com lazer

MODO DE PREPARO

Misture os seguintes ingredientes: 3 xícaras de alegria; 1 pitada de otimismo;uma vida com saúde e felicidade mais um trabalho bem remunerado. Deixe a massa descansando nos finais de semana com lazer. Agora acrescente aos poucos os 2 tabletes de fé, 500g da margarina da PAZ e uma colher de cooperação. Continue batendo a massa e finalmente junte as 2 colheres de sopa de educação. Coloque a massa na forma da VIDA e sirva em porções que possa garantir uma boa qualidade de VIDA.

AUTORES:
• ABGAHIL NUNES DA SILVA
• ANA MARIA REIS
• JOCIANA NASCIMENTO PEREIRA
• CYNTIA REGINA VILARINS DOS SANTOS
• MARIA ZÉLIA M. MORAES
• SOLANGE SOUSA CARVALHO

TEXTO 04: RECEITA

“ Para uma escola pública de qualidade”

INGREDIENTES

1 kg de bons profissionais
1 kg de incentivo ao profissional da educação
1 local de serviço adequado
50g de acompanhamento familiar
1 kg de apoio do governo
1 kg de material de qualidade
30 discentes compromissados

MODO DE PREPARO

Junte os profissionais da educação com os materiais escolares dentro de uma sala para debater os conteúdos. Depois leve os conhecimentos até a sala de aula e repasse aos discentes com criatividade, otimismo e com companheirismo. Chame a família e o governo para um auxílio direto e indispensável. Coloque tudo isso em um local adequado. Misture e sirva numa conversa aberta e coordenada. Não pode faltar AMOR.

AUTORES:
• FRANCISCO S. FERREIRA
• LUCIANA S. LIMA MELO
• MARIA EUNICE
• NIUSMAR LEMOS
• IVANETE
• MARIA JOSÉ
• ANA GORETHE
• BELZIMAR REIS

TEXTO 05: RECEITA

“Para uma escola pública de qualidade”

INGREDIENTES
500G de políticos comprometidos com a educação
1 xícara de chá de gestores democráticos e atuantes
1 escola estruturada e adequada às necessidades do corpo discente
4 colheres de afetividade, bom humor, integração e disposição de administrativos.
6 xícaras de chá de motivação, compromisso e determinação para o corpo docente.
1 pitada de aceitação ás novas tecnologias

MODO DE PREPARO
Cozinhe em água abundante e fervente os políticos. Escorra e reserve. Em uma frigideira grande, aqueça os gestores e refogue o corpo discente até dourar. Coloque no processador os administrativos, o corpo docente e as novas tecnologias. Em uma forma untada, coloque os políticos e regue com o molho de sabedoria e compreensão, e asse com forno em 180º por 20 minutos e pode servir.

AUTORES:
• ANDRÉA ARAÚJO
• FÁTIMA LINDOSO
• JUCILEIDE DE CASTRO
• NILMA BARROS

TEXTO 06: RECEITA

“Para uma escola pública de qualidade”
INGREDIENTES

2 xícaras de chá de professores capacitados
3 colheres de sopa de formação continuada
3 xícaras de chá de salários dignos
2 tabletes de projetos pedagógicos
35 alunos por sala
½ xícara de chá de vontade política
300g de escolas estruturadas
2 colheres de sopa de eleição direta para diretor
400g de alunos comprometidos
250g de participação da comunidade
3 xícaras de chá de educação de qualidade

MODO DE PREPARO

Misture as xícaras de professores capacitados com a formação continuada e os salários dignos em um recipiente e reserve. Pegue a vontade política e a eleição direta para diretor, bata-os no liquidificador e junte-os aos ingredientes reservados. Adicione um número limitado de alunos por sala, mais o compromisso com a educação de qualidade e insira-os em escolas estruturadas. Acrescente a participação da comunidade e polvilhe com projetos pedagógicos. Leve ao fogo brando por 30 minutos. Sirva quente com amor.

AUTORES:
• RITA DANIEL SOUSA DA SILVA
• IVANILDA DANTAS C. CARVALHO.
• MARIA DO SOCORRO PINTO FERNANDES
• REGINALDO FERREIRA SILVA
• NÁDIA CRISTINA DE MORAES DA SILVA
• DEZANA GOMES DA SILVA

TEXTO 05: RECEITA

“Para qualificar professor”

INGREDIENTES

Formador competente
Assuntos contextualizados
Material didático adequado
Estrutura ambiental saudável
Professores comprometidos
Gestores conscientes

MODO DE PREPARO

Coloque o formador competente e os professores comprometidos nesta estrutura ambiental saudável. Forneça-lhes o material didático adequado, recheado da necessidade de transformação. Misture todos os ingredientes e após alguns minutos observará que a aprendizagem irá fluir nos projetos que motivarão os docentes e discentes. Ah! Você pode dar um toque especial, gratinando-os com recursos financeiros que deixarão essa qualificação com maior qualidade. Por fim, sirva quentinho nas instituições escolares.

TEXTO 08: PARÓDIA
MÚSICA: BELA MOCIDADE (Boi de Axixá)


MINHA VELHA ESCOLINHA


Ainda me lembro da minha velha escolinha
Com seus alunos aplicados que gostavam de estudar
Com professores motivados, funcionários bem remunerados.
E tinha tudo á vontade, não tinha do que se queixar.
Mas é que as mudanças vêm cima para baixo
Nos deixando atormentados, professore e diretores
Buscando uma saída para a vida melhorar
E com muitas teorias a lidar
Mas a escola dos sonhos está longe de chegar
Escola pública de qualidade tem que ser em primeiro lugar
Mas quando chegar esse dia, será uma grande alegria
E só teremos motivos pra comemorar


AUTORES:
• ANA CÉLIA FERREIRA
• ANTÔNIA MARIA PINHEIRO ANDRADE
• BERENICE DOS SANTOS PEREIRA
• DOMINGOS MAFRA SOUSA
• IRANILDE DO ROSÁRIO GOMES MELO
• MARIA DA GRAÇA MAIA LINDOSO
• MARIA LUZIA AGUIAR SILVA
• MARIA DO SOCORRO SILVA BARROS

Encontro de avaliação do Gestar II - 2009 - Maranhão


Nosso encontro de avaliação em São Luís, nos dias 05 e 06 de março de 2010, foi muito proveitoso. Apesar de muitos colegas não terem comparecido, pudemos trocar informações e experiências, tirar dúvidas e, principalmente, nos reencontrar. A turma do Maranhão me surpreendeu com os trabalhos e o desenvolvimento do Programa nas várias regiões do Estado. Considero o resultado super positivo e estou muito feliz por ter feito parte da história do Gestar II no Maranhão, por ter aprendido tanto com vocês. Estarei sempre disponível para tirar dúvidas e auxiliar os colegas no que for possível. Espero que as sementes deixadas pelo Programa germinem em corações e mentes de professores e alunos em cada canto do Maranhão. Espero que cada um dos que participaram da formação comigo em São Luís, nas três etapas, sinta a necessidade de continuar se aperfeiçoando profissionalmente. Nossa responsabilidade enquanto professores só tende a aumentar depois de nossa participação num Programa de Formação Continuada como o Gestar. Desejo uma ótima jornada a cada um de vocês!

Beijos,
Carol

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

De inquietações


Não costumo passar minhas noites de domingo assistindo ao Fantástico, mas ontem isso aconteceu. E uma reportagem em especial me assustou muito e me deixou extremamente preocupada e reflexiva: o lixo nos oceanos. Fiquei tentando entender como poderemos ser menos cancerígenos ao nosso planeta. Como? E me lembrei de um cara, de um homem simples e, ao mesmo tempo, exageradamente importante para a nossa História. Um intelectual como poucos de nosso tempo. Um cara respeitado e honoris causa em nada mais nada menos que 28 universidades entre as maiores do mundo. O revolucionário Paulo Freire. E pensei: por que não (re)ler Educação como prática da liberdade? Essa foi a primeira obra de Freire e nela o autor define o homem como um ser inacabado e defende uma educação realmente transformadora, já que, para ele, o homem é sujeito e não objeto da Educação. As concepções de Freire sobre o ser humano [SEMPRE] lançam luzes para nós, professores, ou para gente inquieta como eu com a situação socioambiental em que nos encontramos.

*

Se nossa sociedade caminha para uma piora quantitativa da qualidade de vida e para um consumo cada vez mais exacerbado, não temos saída?! A recente Conferência de Copenhague foi um passo decisivo para entendermos que apenas fazendo a nossa parte não basta. Se os países mais ricos e, consequentemente, mais industrializados não fizerem a parte deles, e se todos os governos não unirem esforços para a criação de leis mais severas para agentes poluídores, não encontraremos caminho menos fracassado em questões socioambientais. Se, por exemplo, não forem altamente taxados aqueles veículos que poluem mais por serem mais antigos, os governos estarão colaborando para mais poluentes no ar. Se não forem rigidamente punidas as indústrias de papel que não reciclam ou que não promovem reflorestamento... Se os supermercados não forem punidos com multas altas por utilizarem sacolas plásticas... Se os órgãos públicos não forem obrigados a utilizar papel reciclado, luz solar direta e coleta seletiva de lixo... Se as prefeituras não multarem pessoas que jogam lixo em local indevido... Se as indústrias de pneus... Se... São tantos ses!

*

Mas eu acredito em Educação como prática da liberdade. SIM! Por isso fui reler Paulo Freire. Obviamente que a década de 60 em que Freire instituiu seu projeto de educação de jovens e adultos era muito diferente dessa primeira década de nosso século XXI. Entretanto, os fundamentos freireanos para se enxergar o humano como um ser interventor e transformador ainda devem vigorar. Toda a sociedade deve estar envolvida nesse projeto educacional - governos, inclusive. Porque uma grande parte da responsabilidade de todo esse desastre em que nos encontramos é um trinômio simples e cancerígeno que se encontra em constante metástase: neoliberalismo + > necessidade de ter + < valorização do ser = consumismo. Esse trinômio pode ser modificado se, em primeiro lugar, o Estado passar a intervir mais nas sociedades por meio de uma Educação realmente libertadora, de uma Educação que estimule a consciência que habita cada um de nós, de uma Educação menos tecnicista, menos convencional e mais dialógica, de uma Educação que modifique comportamentos, que liberte e, em consequência, começarmos a valorizar o ser em detrimento do ter . * Paulo Freire criou seu método para a realidade brasileira. Ele insistia em refletir sobre nossa condição histórico-cultural e salientava que essa nossa base reflete-se, e muito, em nós ainda hoje: o "aumento da riqueza não está somente relacionado com o desenvolvimento da democracia para alterar as condições sociais dos trabalhadores; na realidade, ela atinge também a forma de estrutura social, que deixa de ser representada como um alongado triângulo para transformar-se num losango com uma classe média sempre crescente. A renda nacional relaciona-se sempre com os valores políticos e o estilo de vida da classe dominante. Tanto mais pobre seja uma nação, e mais baixos os padrões de vida das classes inferiores, maior será a pressão dos estratos superiores sobre elas (...) Na medida, porém, em que as classes populares emergem, descobrem e sentem esta visualização que delas fazem as elites, inclinam-se, sempre que podem, a respostas autenticamente agressivas" (Freire, 2003, p.94). * Fica claro, assim, nesses pensamentos de Freire, que o aumento da desigualdade socioeconômica é um problema grave e responsável, em grande medida, por várias das crises que hoje se instauram no planeta. Como minimizar esse problema? Por meio de uma verdadeira democracia que vem acompanhada de um processo de Educação que visa a compreensão da realidade para transformá-la.

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Imagem: internet
Aqui está a reportagem do Fantástico.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
(disponível no 4shared.com para download)

Postrado originalmente em Carolices.